Epoch leva diversão com robôs para iPad e iPhone

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Epoch leva diversão com robôs para iPad e iPhone

Nome: Epoch
Gênero: Ação
Distribuidora: Uppercut Games
Plataformas: iOS (universal, serve para iPad, iPhone e iPod touch)

Epoch (Foto: Divulgação)

Após a chegada de Infinity Blade, os dispositivos móveis como smartphones e tablets passaram a ser levados mais à sério pelos jogadores e desenvolvedores. Com a potência atual, fica fácil descobrir que é, sim, possível oferecer grandes experiências mesmo por meio de interface exclusivamente touchscreen e ainda com gráficos ao nível de consoles – ou ao menos dos mais avançados portáteis, como o PlayStation Vita e oNintendo 3DS.

Inevitavelmente outras empresas iriam se aproveitar desse lucrativo filão. Entre várias a se arriscar, veio a Uppercut Games em novembro com o game Epoch, uma ficção científica estrelada por um robô que oferece uma jogabilidade no estilo “cover-and-shoot” de alguma forma semelhante a Gears of War, mas ainda oferecendo uma interface touchscreen como a ChAIR fez com a série Infinity Blade – inclusive apostando no mesmo motor gráfico, o Unreal Engine.

Com tudo isso, Epoch sai um pouco do comum dos jogos oferecidos na App Store, enquanto ajuda a endossar o iOS – mais especificamente o iPad, iPhone e o iPod touch – como uma plataforma de respeito para games hardcore. Mas, colocando tudo isso de lado, é preciso saber: é divertido? Vale a pena conferir, baixe agora clicando aqui.

Não tão rápido

Gráficos bons, mas nem tanto (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)

Quem espera uma performance tão rica visualmente como Infinity Blade, é melhor procurar outros games. A Uppercut conseguiu sim um jogo bonito, mas longe dos efeitos e fluidez da saga da ChAIR, apesar de utilizarem a mesma engine. Aliás, a taxa de frames sofre várias quedas, de acordo com o conteúdo apresentado na tela.

Há bastante serrilhado, as texturas não são das mais ricas e os personagens são todos muito parecidos, inclusive com o protagonista. Como os cenários são estáticos (com algumas peças destrutíveis aqui e acolá), fica fácil de distinguir os inimigos, mas a sensação é de não ter havido uma preocupação tão grande com o contraste.

Ainda assim, não se trata de um jogo qualquer na App Store: Epoch tem boas sacadas visuais, mesmo que os gráficos lembrem uma mistura de PlayStation 1 com Dreamcast. Além de tudo, o design do robô protagonista é bem sacado, mesmo que copiado nos demais personagens, com forte influência dos filmes Terminator e Robocop 2.

Designs com inspiração no cinema (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)

O problema é que todos os cenários são parecidos: lugares abandonados, em ruínas, com pedaços de concreto e vigas de metal e uma profusão de lugares para os inimigos se esconderem. Muda-se de fase, mas há pouca variação.

Na área sonora, não há muito a se falar: poucas trilhas, algumas repetitivas, mas nada que incomode ou seja digno de exaltação. Todas as músicas e efeitos, claro, têm um timbre metálico, o que é bacana.

Escorregando

Os controles são simples: toque no inimigo e ele estará travado na mira. Deslize para cima e o robô sai do abrigo e começa a atirar. Para baixo, ele volta a se abrigar do tiroteio. Faça o movimento para os lados e ele irá a um dos três locais de cobertura; deslize para cima de novo para o personagem dar uma cambalhota até o lado oposto da tela.

Cubra-se e atire! (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)

Tudo isso pode parecer estranho na teoria, mas funciona bem na prática. Aproveitando a ótima interface touchscreen dos aparelhos iOS, não há necessidade de nenhum joystick virtual, embora haja botões no canto superior direito para jogar granadas, mísseis ou utilizar um poder da armadura – algo equivalente à magia em outros games.

É divertido passar por inimigos fazendo as acrobacias, escapando dos tiros. Dependendo do oponente, há lasers e granadas que ultrapassam os bunkers. Com vários inimigos na tela, fica até difícil saber de onde estão vindo as balas – para isso, conte com o padrão de sempre haver um dos três cantos locais de cobertura que ainda estão disponíveis.

Também emprestado de Infinity Blade, há um sistema de ganho de pontos de experiência e dinheiro para serem trocados por upgrades em diferentes partes do robô na opção Scrapyard. É possível escolher armas, armaduras, granadas, mísseis, “magias” e, desde a última atualização em janeiro, comprar os créditos do jogo pagando com dinheiro real, indo dos US$ 0,99 até os US$ 19,99. Claro, é um recurso muito pouco recomendado.

Cartões e mais cartões

Ninguém é obrigado a isso (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)

A história se passa em um futuro apocalíptico (onde mais?), recheado de robôs e sem sinal de humanos. Aparentemente, o robô sem nome acorda sem memória em meio a um ambiente cheio de ruínas e pedaços de outros andróides. Por algum motivo, nosso herói tem como diretriz proteger uma tal princesa Amelia, que está na Cryo Tower.

Na verdade, é muito difícil se importar com o enredo do jogo. Para começo, tudo é cercado de mistério, mas não há nenhum vídeo ou texto que revele algo a mais sobre a princesa, quem é o robô protagonista e como tudo isso aconteceu. 

A Uppercut achou ser uma boa ideia desvendar o roteiro aos poucos, a cada fase, liberando cartões de texto de personagens (que nunca aparecem no game em si) na área Intercepts. Com vários perfis e uma infinidade de trechos liberados aos poucos para cada um, não demora muito até o jogador simplesmente passar a ignorar qualquer coisa nessa área.

Ou seja, o esquema para contar a história é tão ruim e feito de qualquer jeito que até mesmo a interface da área Intercepts é mal feita. Por exemplo, para acessar o perfil de um personagem, é preciso deslizar o dedo até lá, em vez de aceitar um simples toque no ícone.

Como Infinity Blade, há um processo de reinício no roteiro: o jogador chega até o grande inimigo e, vencendo, recomeça tudo de novo em uma nova dificuldade. E é isso, não se conta uma história real em momento algum a não ser nos irritantes cartões.

Conclusão

É preciso reconhecer: Epoch foi feito por poucas pessoas, de acordo com os créditos do próprio game. Considerando isso, não é um produto incompleto, é possível se divertir tranquilamente. Mas não espere gráficos tão avançados quanto Infinity Blade, tampouco uma história envolvente. Vale o download, principalmente se estiver em promoção na App Store.